domingo, 25 de setembro de 2011

Aprenda a rezar a Coroa das Sete Alegrias de Nossa Senhora
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Nossa Padroeira, a causa de nossa alegria.


Ver a Santíssima Virgem, é ver a esperança viva, é ter a certeza da verdadeira alegria.

Foi em 1422, a mais de 550 anos, que deu-se início a belíssima devoção das alegrias de Nossa Senhora. 

Conta o renomado historiador, Pe. Luke Wadding, que, no referido ano, entrou na ordem franciscana um jovem muito piedoso, e já no noviciado aprendeu o que significa a santa obediência. O jovem noviço, devotíssimo da Santíssima Virgem, enquanto estava na casa paterna, conservava a bela e piedosa devoção de oferecer, a cada manhã, uma coroa de rosas frescas e colocá-las aos pés da imagem de Nossa Senhora. Quando ingressou na ordem, não obteve autorização para cumprir com a sua devoção cotidiana, pois eram muitas às ocupações e os momentos de oração em comum. Sentindo em seu coração uma dor que, de forma alguma, era aliviada, pensou em deixar a ordem e já decidido, porém com os olhos cheios de lágrimas, dirigiu-se à capela e aos pés da Santíssima Virgem expôs sua dor e seu imenso desejo de se tornar sacerdote. 

A Virgem Maria comove-se com o afeto do jovem noviço e com um sorriso de mãe faz a seguinte revelação: “- Não te entristeças, vou ensinar-te a confeccionar um coroa de flores que não murcham e que podes oferecer-me em qualquer época do ano, e, assim não terás necessidade de deixar a ordem franciscana e nela te tornares sacerdote!... Assim o farás: no principio professarás o credo de tua fé; em seguida rezarás um Pai-Nosso e três Ave-Marias, e meditarás em seguida as sete maiores alegrias que tive enquanto estive na terra; e quando fui elevada ao Céu.” 


(Sendo = 1 Pai-Nosso e 10 Ave-Marias, x 7 e em cada intervalo reza-se, além do Pai-Nosso, a Glória ao Pai e a meditação da ref. alegria.) 


Começou o noviço a rezar todos os dias a coroa ensinada por Nossa Senhora e o fazia com devoção e piedade. O mestre dos noviços, em visita as celas dos jovens, percebeu algo diferente na cela de nosso jovem. Eis o que ele viu: - Vi um anjo que enfiava em fios de ouro, lindas rosas de prata, de dez em dez, e nos intervalos eram colocados lírios de ouro. Depois de fechada a coroa, o anjo, com grande alegria, colocou-a na cabeça do jovem noviço, e a visão desapareceu. O mestre, em estado de júbilo, chamou o jovem e quis saber o que representava aquela visão, e o noviço prontamente explicou como aprendera a rezar a coroa das alegrias de Nossa Senhora. Estava tão maravilhado o mestre que contou a todos os irmãos e em pouco tempo difundiu-se a devoção por toda a ordem Franciscana e para o mundo. Muitas indulgências são concedidas a todos os que com devoção recitarem a Coroa Franciscana.

Nossa Senhora das Alegrias no Brasil

A devoção a Nossa Senhora das alegrias e da Coroa Franciscana chegou ao Brasil com Frei Pedro Palácios, um espanhol de Medina do Rio Seco, que veio para o Espírito Santo, em outubro de 1558 e trouxe consigo o painel de Nossa Senhora das Alegrias.

Num belo dia de maio do ano de 1535, em terras goitacás no meio da mata, onde se podia ouvir o grito dos papagaios, e o farfalhar das folhas das árvores gigantescas, um ruído estranho ecoou pelos ares. Era um tiro de canhão, talvez o primeiro a ser ouvido em plagas capixabas. A caravela "Glória" acabava de fundear na enseada da futura Vila Velha, trazendo o donatário Vasco Fernandes Coutinho, fidalgo português que havia deixado sua abastada Quinta no Alenquer para tomar posse da capitania, à qual deu o nome de Espírito Santo.

A esperança que o dominava ao desembarcar nas praias do Novo Mundo foi aos poucos se apagando devido às lutas entre colonos e naturais da terra e Vasco Coutinho mandou vir do Reino alguns padres a fim de pacificá-los. Entre os missionários que ali chegaram durante o governo do inditoso donatário, estava frei Pedro Palácios, franciscano espanhol, que trazia em sua bagagem um belíssimo painel de Nossa Senhora das Alegrias, o mesmo que ainda existe no convento da Penha de Vitória. Na azáfama do desembarque, não notaram os companheiros o desaparecimento do santo frade e somente após dois dias acharam-no numa gruta ao pé da montanha, onde havia exposto o painel da Virgem, convidando os fiéis à prece e à meditação.

Certo dia os devotos não encontraram Frei Pedro e nem o painel. Pelo latido do cãozinho que sempre o acompanhava, descobriram-no na escarpa do morro que domina a bela baía de Vitória. Contou então que o painel havia desaparecido e ele estava a procurá-lo. Após ingentes esforços, um grupo de pessoas conseguiu atingir o cume do monte e ali, entre duas palmeiras, encontraram a pintura. Religiosamente foi a tela reconduzida à gruta, mas diante do ocorrido, Frei Pedro iniciou a construção da Igreja dedicada a São Francisco, na chapada, junto ao cume da montanha e para lá levou o painel de Maria.

A imagem de São Francisco lá ficou, mas o quadro da Virgem novamente desapareceu sendo encontrado ainda uma vez no píncaro, entre as duas palmeiras. Resolveu então o frade construir uma ermida no cume de penhasco, e ele mesmo, velho e alquebrado, carregou os primeiros materiais até o lugar da capela. Realizado o seu grande sonho, a igreja foi solenemente inaugurada a 1º de maio de 1570, e, enquanto se elevavam os foguetes e as manifestações de alegria dos que ali se encontravam, subiu ao céu a alma de Frei Pedro Palácios ao som dos sinos da ermida da Penha.

Após a morte de Frei Palácios, a ermida ficou a cargo de alguns devotos e amigos, que a conservaram. Esta situação perdurou até 1591, quando as autoridades de Vila Velha e de Vitória decidiram entregar a Capela da Penha aos Frades Franciscanos. Desde então, os filhos de São Francisco aumentaram a capela, e a transformaram no célebre Santuário. Em fins de 1651 teria sido lançada a pedra fundamental do Convento de Nossa Senhora da Penha. O Conventinho teve sua construção rematada em 1660 necessitando, a partir de então, de constantes melhorias e reparos.


A devoção inicial era Nossa Senhora das Alegrias, também conhecida como Nossa Senhora dos prazeres. Com a construção da emita (capela), sobre o penhasco, passou a denominar Nossa Senhora da Penha a imagem do Altar Mor, título proveniente de penhasco (pedra), referindo-se primitivamente mais ao lugar do que a uma virtude de Nossa Senhora.

Frei Pedro Palácios e a Santíssima Virgem das Alegrias

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