terça-feira, 9 de julho de 2019

Padre Kolbe: Permaneça sempre fiel à Tradição


Padre Kolbe: Permaneça sempre fiel à Tradição

"Há um momento, diz Santa Catarina de Sena, '"onde obedecer, é obedecer a sua própria condenação". Este momento chegou. Verdadeiramente este tempo chegou depois que a Igreja conciliar[1] se separou do ensinamento e da tradição apostólica da Roma Eterna dos Santos Pedro e Paulo - mas na época, somente alguns compreenderam. Um destes foi o falecido Padre Victor Mrosz, de Cracóvia (Polônia), discípulo do Padre Maximiliano Kolbe. O Padre Mrosz contou-me que Maximiliano Kolbe advertiu-lhe de permanecer sempre fiel à Tradição. "O demônio tem a Bíblia", dizia Maximiliano Kolbe, "mas ele está no inferno". "É a Tradição que vos conduzirá ao Céu". O Padre Maximiliano revelou em 1939 ao Padre Mrosz o número de dias que lhe restava de vida (ao Padre Mrosz), e depois disso ele soube exatamente qual dia de abril de 1992 ele seria chamado a sua recompensa eterna. O Padre Kolbe predisse ao Padre Mrosz que no futuro, ele estaria fora da lei, e a profecia se cumpriu logo que o Padre Mrosz foi expulso da ordem franciscana e finalmente "excomungado" por ter recusado de abandonar a Missa Tridentina adotando o Novus Ordo. De sua parte, o Padre Victor não esqueceu a advertência recebida do santo padre, de não abandonar a Tradição, e com plena tranqüilidade de consciência, ele continuou até a morte exercendo publicamente seu ministério sacerdotal como capelão da Fraternidade São Pio X, na Capela do Santo Rosário, em Buffalo, nos Estados Unidos. Livro: "O suicídio pela alteração da Fé em sua liturgia", pelo Padre Paul Krammer - Ed. Missionary Ass., 2006.  




[1] N.d.T O termo Igreja conciliar é usada pelas próprias autoridades pós-conciliares para identificar a "Igreja vinda do concílio". Esta "igreja" tem como ideal a promoção da união do gênero humano através dos princípios maçônicos de liberdade religiosa e ecumenismo.



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sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

AVANÇO E TRAIÇÃO / ADVANCE AND BETRAYAL - 05/06/1984 - SOBRE AS TRAIÇÕES SEDEVACANTISTAS

"Devido ao fato de que muitos dentre nós conhecem pouco da história do sedevacantismo, apresentamos o que Dom Williamson já escrevia sobre eles em 1984. As atitudes dos sedevacantistas são extremamente graves e os brasileiros têm obrigação de conhecer para resistir aos lobos que querem invadir os apriscos do Cristo Rei e lhe roubar as almas. Mas o principal culpado é a Roma neomodernista e neoprotestante e o concílio Vaticano II, como me lembrou Dom Williamson há poucos dias."

+ Dom Tomás de Aquino, OSB


Volume 1: The Ridgefield Letters (p. 31 a 38)

#13

5 de junho de 1984

Avanço e traição


Por Sua Excelência Reverendíssima
Dom Richard Nelson Williamson

Em maio, a visita do Arcebispo Lefebvre aos Estados Unidos desencadeou outra tremenda batalha entre Jesus Cristo e Satanás, seu eterno adversário! Desta batalha vieram boas e más notícias. Comecemos pelas boas!

Em primeiro lugar, a Fraternidade tem um novo padre americano, Pe. John Hogan de Michigan. Sua Graça, o Arcebispo Lefebvre, de 78 anos, chegou da Europa no dia 10 de maio e deu a tonsura ou ordens menores a doze seminaristas no sábado pela manhã; em 12 de maio, crismou aproximadamente 50 crianças e adultos à tarde; e deu ordens maiores aos seminaristas mais antigos no domingo pela manhã, dia 13 de maio.

Foi uma bela cerimônia, diante de um altar-mor verdadeiramente impressionante, posto (bem a tempo!) por diversos dedicados seminaristas e leigos dentro da nova igreja. Do lado de fora, o sol luzia brilhantemente para dar as boas-vindas a cerca de 500 visitantes de todo os Estados Unidos e Canadá. Segundo vários comentários feitos pessoalmente, e também frequentemente por carta, muitos estavam profundamente impressionados e tocados pela majestade e beleza do catolicismo tradicional. Em uma de suas mais nobres cerimônias, a de ordenação sacerdotal, que festa para os olhos! Que elevação para a alma! Que esperança para o futuro!

O Superior Geral da Fraternidade, Pe. Franz Schmidberger, e o Superior do mais novo Distrito da Fraternidade, Pe. François Laisney, também estavam presentes como diácono e subdiácono da missa de ordenação, acompanhando o Arcebispo. Imediatamente após a cerimônia, ambos partiram para Michigan, onde eu gostaria que muitos dos nossos pudessem ter visitado nossa igreja, o santuário São José, em Armada. Eles ficariam maravilhosamente edificados pela visão de doze padres, a maioria – mas não todos – da Fraternidade, retirando-se em silêncio por alguns dias sob a direção do Pe. Schmidberger. Eles vieram de todo os Estados Unidos e Canadá, uniram-se humildemente em oração para buscar a Deus e prosseguir em comum o árduo trabalho de salvar almas. Que esperança para o futuro! Estes sacerdotes não estão lutando por si mesmos. Mais ainda, eles têm um pai no sacerdócio, um fiel e corajoso bispo da Igreja Católica Romana! O Arcebispo Lefebvre visitou-os no meio do retiro depois de crismar numa capela não pertencente à Fraternidade em Pittsburgh, e estava preparado para falar longamente com cada um destes que quisesse vê-lo. Este é o retrato de um quadro católico atrativo e singular: o bispo entre seus sacerdotes, os sacerdotes ao redor de seu bispo.

De lá, o Arcebispo partiu para Minnesota, onde crismou aproximadamente 80 almas. Aqui, apesar de ter pintado um quadro sóbrio sobre a situação obscura em Roma, as pessoas se sentiam obviamente elevadas e tremendamente encorajadas por sua visita. Sua Graça, então, partiu para St. Mary’s, Kansas, onde passou três felizes dias crismando, conversando com vários leigos que estavam auxiliando o Pe. de la Tour (o qual administra este principal estabelecimento educacional), e realizando uma missa solene pontifical no sábado pela manhã. Uma pequena historieta está na publicação deste mês do The Angelus. Ele retornou a Nova Iorque para mais dois dias antes de voltar à Europa. Antes de partir, o Arcebispo disse que estava muito feliz com o espírito da Fraternidade, já que a encontrou florescendo no seminário, em St. Mary’s, e nos vários centros da Fraternidade que visitou.

Pe. Schmidberger, que chegou aos Estados Unidos no dia 10 de maio, passará um mês aqui até o dia 11 de junho, fazendo um longo e exaustivo tour por todo o país para se familiarizar diretamente com muitos dos empreendimentos da Fraternidade, o melhor método de construir sobre uma firme fundação a obra futura da Fraternidade neste país. Em metade de seu tour, ele está sendo acompanhado pelo novo superior na América, Pe. Laisney, cuja juventude, energia e inteligência prometem torná-lo uma grande aquisição para que a obra da Fraternidade nos Estados Unidos dê um passo importante a frente. Do meio de junho em diante, é provável que ele acampe (ao menos provisoriamente) em Dickinson, Texas, que se torna temporariamente um quartel-general para toda a Fraternidade nos Estados Unidos.

Por último – e talvez o mais importante –, Pe. Schmidberger está ansiosamente planejando estabelecer nos Estados Unidos um claustro para freiras que orem e se sacrifiquem, com a ajuda da Madre Marie-Christiane, atualmente a responsável por três carmelos florescentes na Europa ligados à Fraternidade São Pio X. Ele tem desejado ardentemente que ela venha aos Estados Unidos inspecionar dois possíveis locais para um quarto carmelo!

Madre Marie-Christiane, irmã de sangue do Arcebispo Lefebvre e freira carmelita há 56 anos, tem desejado durante o último ano e meio uma fundação nos Estados Unidos. A experiência direta de Pe. Schmidberger com a necessidade urgente de santa oração para atrair a graça de Deus sobre os Estados Unidos levou-o a apressar o anseio de longa data da irmã. Rezemos para que surta efeito!

Todos esta obra de construção e reconstrução por meio da Fraternidade é uma resistência ao demônio que ele não iria deixar em paz. Sua reação não tardou!

Numa noite de domingo, dia 20 de maio, quando o Arcebispo voltou ao seminário bem tarde da noite vindo do Kansas, um tanto cansado pela viagem, ele mal pôs o pé para fora do carro e logo recebeu uma intimação para comparecer a um tribunal civil, num processo para expulsar a Fraternidade da propriedade do seminário aqui em Connecticut, interposto pelos padres Cekada, Dolan, Jenkins, Kelly e Sanborn. Os que estavam presentes notaram e não se esquecerão jamais do semblante de dor na face do Arcebispo que, é bom lembrar, era o pai destes padres no sacerdócio. Até o momento, de acordo com o Antigo Código de Direito Canônico, qualquer um que cite civilmente [citar civilmente consiste levar alguém diante de um juiz civil - NT] um bispo católico antes de um julgamento canônico incorre em excomunhão automática (1341). Então, de acordo com o único Código de Direito Canônico que eles mesmos [os padres que interpuseram o processo contra Dom Lefebvre - NT] reconhecem, estes cinco padres estão excomungados!

Alguns dias depois, eis um acontecimento que não surpreenderia nenhum católico familiarizado com a passagem do Evangelho sobre a traição a Nosso Senhor, mas que, não obstante, causou profundo choque, sofrimento e escândalo para muitos deles: dos quatro sacerdotes recém-ordenados que livremente pediram e receberam a ordenação na Fraternidade Sacerdotal São Pio X pelas mãos de seu fundador, o Arcebispo Lefebvre, depois de, na véspera, livremente prestarem solene juramento de fidelidade a seus superiores, com as mãos postas sobre os Evangelhos, dois, na tempestuosa noite do dia 23 de maio, em meio a relâmpagos e chuva torrencial, saíram do seminário e se uniram a nove sacerdotes que haviam desertado no ano anterior e, dois dias depois, um terceiro, já ausente, anunciou que estava fazendo o mesmo. E era noite.

Alguns fatos ressaltarão a natureza deste ato. Primeiramente, agora sabemos que bem pouco tempo depois da deserção dos nove [sacerdotes] um ano atrás, estes três, de fato, disseram a alguém que tinham a intenção de mentir para alcançarem o sacerdócio. Certamente, depois de um ano inteiro suas palavras e ações no seminário tinham o caráter de persuadir a todos, sacerdotes, seminaristas, e mesmo visitantes, de que eles seriam leais à Fraternidade. Eles viveram, por um ano inteiro, uma mentira?

Em segundo lugar, na véspera de suas ordenações, de acordo com os requisitos necessários da Santa Madre Igreja, todos os três fizeram um solene Juramento de Fidelidade no altar de Deus, com suas mãos tocando os Evangelhos diante do Santíssimo Sacramento no tabernáculo aberto, jurando, entre outras coisas, que respeitosamente obedeceriam a seus superiores na Fraternidade São Pio X. O texto completo deste juramento e as assinaturas dos três acompanham esta carta.

As alterações feitas no texto por um deles sugerem que ele não estava à vontade; e, de fato, para fazer tal juramento, cada um deve ter encontrado, ou recebido de alguém, uma maneira de justificar ou racionalizar para si mesmos e para os outros o que fizeram. Entretanto, em terceiro lugar, se diante de Deus cometeram perjúrio, terem recebido as ordens sacras em tal estado terá sido um grave sacrilégio.

Em quarto lugar, ao fim da cerimônia tradicional de ordenação, cada um colocou sua mão entre as mãos do Arcebispo, que lhes perguntou em latim “Prometes-me a mim e aos meus sucessores reverência e obediência?” Cada um respondeu claramente “Promitto”, que quer dizer “Eu prometo”.

Em quinto lugar, a no mínimo aparente ruptura, após dez dias, destas promessas e juramentos solenes, vista em conjunto com todas as outras circunstâncias da última deserção, causou e continuará a causar um terrível escândalo para os católicos, não somente àqueles ligados à Tradição que suportaram e assistiram aos três porque confiaram que eles seguiriam ao Arcebispo Lefebvre em defesa da Fé, mas também a muitos outros que ainda não se ligaram à Tradição e que erroneamente, mas de modo compreensível, dirão que se a Tradição fomenta este tipo de deslealdade, não querem parte com ela.

À guisa de comentário a estes fatos, deixemos que três citações no momento sejam suficientes. No dia 27 de maio deste ano, Pe. Sanborn disse no púlpito em Traverse City, Michigan, “Estou muito contente em anunciar que três dos quatro sacerdotes que foram ordenados pelo Arcebispo Lefebvre em 13 de maio decidiram se juntar a nós. Isto me alegra porque os treinei, e nem todos os frutos de meu trabalho como reitor do seminário foram perdidos.” (Pe. Sanborn compreendeu que frutos ele reivindica serem seus?)

No dia 28 de abril do ano passado, pouco tempo depois da separação entre a Fraternidade e os nove sacerdotes, o Arcebispo Lefebvre disse no seminário a todos os seminaristas, inclusive a estes três que desertaram há pouco tempo:

Espero que façam a escolha certa. Mas devem escolher, [pois] se concordam com a posição, a atitude e a orientação do Pe. Kelly, então sigam-no. Se pensam que Monsenhor Lefebvre está correto, então sigam a atitude do Monseigneur e da Fraternidade. Mas vocês devem ser claros... honestos. Não digam: Ficarei em silêncio até depois da minha ordenação. Isto é errado! Deus sabe! É uma mentira diante de Deus... não diante de mim. Eu não sou nada. Mas diante de Deus! Vocês não podem fazer isso! Foi exatamente isto que o Pe. Dolan disse, “Eu soube ficar quieto até minha ordenação.” Não consigo compreendê-lo fazendo isso! Um futuro padre fazendo isto??

E no dia 30 de maio deste ano, um dos três últimos desertores, quando uma senhora censurou-o dizendo que um golpe como este que deram poderia ter matado o Arcebispo, replicou, “Ah, ele já está com 78 anos mesmo. Veja, sou grato a ele, porque sem ele eu não seria sacerdote”.

As pessoas podem se perguntar porque algo assim aconteceria dentro de um seminário, e se o mesmo não acontecerá novamente. A resposta é que Jesus viu as profundezas do coração do homem (João 6,65,71), e mesmo assim escolheu permitir que um Apóstolo fosse infiel. Quanto aos sacerdotes de Jesus, só podemos perscrutar os corações humanos, nas palavras do próprio rito de ordenação, “tão longe quanto a fragilidade humana nos permita conhecer”. Lá também se chega a um ponto de desconfiança, no qual o serviço de Deus para de funcionar e um seminário católico já não consegue mais operar, porque a caridade “tudo crê e tudo espera” (I Cor. 13,7). Entretanto, estamos de olhos abertos, e um seminarista já foi convidado a se retirar desde a deserção, pois, sob questionamento, compartilhava claramente o modo de pensar dos desertores.

Para fortificar sua fé, o seminário e o santuário St. Joseph novamente neste verão estão oferecendo alguns cursos dos grandes Exercícios Espirituais de Santo Inácio. Usem esta incomparável oportunidade para fortalecer sua vida espiritual, que é mais importante do que qualquer outra coisa. De nossa parte, com o auxílio de Deus, nem a Fraternidade nem o seminário sairão de seu curso, mas a despeito destas experiências ou mesmo por causa delas, ambos prosperarão como a Deus aprouver. Nosso próximo projeto é a abertura de outra missão em Long Island, onde muitos católicos encontram-se em perigo.

Que a vontade mais santa e inescrutável de Deus seja sempre adorada, e que sua Mãe Santíssima, a Virgem mais fiel, algum dia nos obtenha nestes tempos infiéis as graças da fidelidade e da lealdade!