Salve Maria!
Dedicamos hoje a terça-feira ao nosso Santo Anjo postando mais um trecho do livro "Irmã Maria Antônia. Cecy Cony. Devo narrar minha vida." onde com muito cuidado a irmã brasileira, narra acontecimentos reais de sua vida onde o seu Anjo da Guarda demonstra um zelo especial pela sua pessoa, interferindo nas suas ações de modo prático em vários momentos onde ela podia perceber muito bem o que ele gostaria que ela fizesse para cumprir a vontade de Deus e isso em seus atos mais comuns do dia a dia.
Já postamos recentemente outro trecho da vida dela aqui:
Que esses relatos sirvam para nós como exemplo!
Relembramos que amanhã teremos Missa às 20hrs.
Boa leitura!
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O TRAJE DE BANHO IMPEDIDO
Nas férias de 1911 a 1912, papai, a conselho médico de aproveitar as águas iodadas dos banhos de mar, no mês de fevereiro, resolveu mandar-me para Santa Vitória do Palmar. Parti logo após o encerramento das aulas, na segunda quinzena de dezembro. Deveria hospedar-me em casa da família N., amiga de seus pais, e cujas filhas estavam internadas em nosso colégio de Jaguarão. Custou-me demasiadamente separar-me da família. Mais de uma vez, quando mamãe arrumava minha mala, auxiliada por Acácia, surpreendi-as chorando. Esse fato fazia-me sentir mais a separação. Papai levou-me ao porto, onde, com as duas meninas N., fui entregue ao Coronel M. A cena de despedida, em casa, foi bem dolorosa. O vapor sairia às duas horas da tarde, e já pela manhã, bem cedinho, Acácia me acordara para eu ir à Santa Missa, durante a qual comunguei. Não iria, agora, sozinha: Jesus e meu Novo Amigo me acompanhariam. Já muito tempo antes da viagem, andava receosa julgando, na minha infantilidade, que meu Novo Amigo, "por qualquer motivo", não pudesse acompanhar-me ... tal, porém, não sucedeu. Padre Godofredo dera-me um santinho do Santo Anjo da Guarda, no qual escrevera a linda oraçãozinha que eu muito bem sabia de cor e que, de manhã e à noite, rezava:
"Santo Anjo do Senhor,
meu zeloso guardador,
se a ti me confiou a piedade
Divina, sempre me rege,
guarda, governa e ilumina.
Amém".
A viagem correu bem e amanhecemos em Santa Vitória, onde já nos esperava, no porto, o casal N. Estranhei imensamente a falta de meus pais e irmãos e da boa Acácia, se bem que aquela família N. me cercasse de todo o carinho, cuidado e dedicação. Antes de duas semanas, adoeci com febre alta, e se não tivesse a presença contínua de meu Jesus e de meu Novo Amigo, creio que não teria resistido à dura separação. Por fim, restabeleci-me, e a família N. já estava em preparativos para partir par o mar, quando veio a notícia de que a casa fora incendiada. Foi então resolvido ir-se para a grande Fazenda N.
A vida aprazível e movimentada da fazenda ia, pouco a pouco, como que diluindo a espécie de nostalgia que me ia na alma, e, por fim, sentia-me bem. (...) e numa tarde, grande entusiasmo na fazenda, para o banho na "cachoeira". Estavam na casa as famílias da vizinhança.
Fomos. (...) Chegamos a tal cachoeira, que para mim foi uma "maravilhosa novidade". Era um salto d'água, espumante e cantante, que rolava por sobre pedras enormes, indo deitar-se, depois, num leito macio de areia. Armaram, às margens, três ou quatro barraquinhas e, de lá, em pouco tempo, saíam os grupos para o banho.
Dona N. chamou-me para pôr o tal traje de banho. Corri radiante. Porém, antes de chegar a ela, sou impedida, por um braço, por meu Novo Amigo e pela presença mais viva de Nosso Senhor em meu pequeno ser, fazendo-me compreender que não devia acompanhar aquele grupo. Disse eu, então, parada em meio caminho: "Não, Dona N., não quero vestir-me assim, nem banhar-me. Fico esperando aqui." Dona N. mostrou descontentamento. Receosa, tímida, mostrava-me indecisa em obedecer-lhe ou não. Porém, sentia-me ainda presa pela santa mão de meu Novo Amigo. Então, resolutamente, respondo aos seus insistentes chamados: "Dona N., não quero vestir-me assim, nem banhar-me".
Os grupos prontos preparavam-se para entrar na água. Meu Novo Amigo passou para a minha frente e, durante todo o tempo que os banhistas permaneceram na água, e depois na margem, onde formaram baile, tinha eu, pela primeira vez, na minha frente, a sombra santa e benfazeja que, supunha eu, eram as asas distendidas de meu Novo Amigo. E sempre, dali em diante, as "santas asas protetoras" distenderam-se na minha frente , impedindo-me de ver o que Nosso Senhor nem ele queriam que eu visse.
Irmã Maria Antônia. Cecy Cony. Devo narrar minha vida.