quinta-feira, 7 de abril de 2016

PIO X - Sobre o ensino do Catecismo - Parte I

AVISOS

Hoje, quinta-feira (07/04)
Oração da Hora Santa às 20hrs

Sexta-feira (08/04)
Santa Missa às 19:30hrs

*Logo após haverá uma entrevista com Sua excelência Dom Tomás de Aquino.

              DOCUMENTOS PONTIFÍCIOS 

PIO X - Sobre o ensino do Catecismo 
( Acerbo Nimis.)


CARTA ENCÍCLICA

aos Veneráveis Irmãos Patriarcas, Primazes, Arcebispos, Bispos e Mais Ordinários em paz e comunhão com a Santa Sé Apostólica: sobre o ensino do catecismo.



PIO X

Veneráveis Irmãos: Saúde e Bênção Apostólica

 1.Pelos inescrutáveis desígnios de Deus fomos elevados de nossa pequenez ao cargo de Supremo Pastor do rebanho de Cristo, em dias bem críticos e amargos, pois o antigo inimigo anda ao redor deste rebanho e lhe arma laços com tão pérfida astúcia, que hoje, principalmente, parece haver-se cumprido aquela profecia do Apóstolo aos anciãos da Igreja de Éfeso: "Sei que... vos hão de assaltar lobos vorazes, que não pouparão o rebanho" (At 20,29). Dos males que afligem a Religião não há quem, animado de zelo pela glória divina, deixe de investigar as causas e razões, acontecendo que, como as encontra cada qual diversas, proponho diferentes meios, de acordo com a sua opinião pessoal, para defender e restaurar o reino de Deus na terra. Não proscrevemos, Veneráveis Irmãos, os pareceres alheios, mas estamos com os que pensam que esta depressão e debilidade das almas, de que derivam os maiores males, provêm, principalmente, da ignorância das coisas divinas. Esta opinião concorda inteiramente com o que o Deus mesmo declarou pelo seu Profeta Oséias: "Não há conhecimento de Deus na terra. A maldição e a mentira, e o homicídio e o roubo e o adultério tudo inundaram; o sangue junta-se ao sangue e por causa disto a terra se cobrirá de luto e todos os seus moradores desfalecerão" (Os 4,1-3).

Necessidade da instrução

 2.Quão fundadas são, desgraçadamente, estas lamentações, hoje, que existe tão crescido número de pessoas, entre o povo cristão, que ignoram totalmente as coisas que é mister conhecer para conseguir a salvação eterna! Ao dizer povo cristão não Nos referimos somente à plebe, ou às classes inferiores - às quais serve de escusa o acharem-se com frequência submetidas a homens tão duros que lhes não deixam tempo nem para cuidar de si mesmas, nem das coisas que referem à sua alma - mas também e principalmente falamos daqueles aos quais não falta entendimento nem cultura e até se mostram dotados de profana erudição, apesar de que em coisas de religião vivem de maneira mais temerária e imprudente que imaginar se possa. Dificílimo seria ponderar a espessura das trevas que os envolvem e - o que mais triste é - a tranquilidade com que nelas permanecem! De Deus, soberano da fé cristã não se preocupam, de forma que verdadeiramente nada sabem acerca da graça, principal auxílio para alcançar os bens eternos; nada acerca do Augusto Sacrifício nem dos Sacramentos, mediante os quais conseguimos e conservamos a graça. Quanto ao pecado, não conhecem sua malícia nem o opróbrio que consigo traz, de sorte que não põem o menor cuidado em evitá-lo ou expiá-lo, e chegam ao dia extremo em disposição tal que, para não os deixar sem qualquer esperança de salvação, o sacerdote se vê constrangido a aproveitar os derradeiros instantes de vida para sumariamente lhes ensinar religião, ao invés de empregá-los principalmente, conforme conviria, em movê-los a afetos de caridade; isto quando não sucede que o moribundo sofra de tão culpável ignorância que tenha por inútil o auxílio do sacerdote e resolva tranquilamente franquear os umbrais da eternidade sem haver prestado a Deus conta dos seus pecados. Por isso, o Nosso Predecessor Bento XIV justamente escreveu : "Afirmamos que a maior parte dos condenados às penas eternas padece sua perpétua desgraça por ignorar os mistérios da fé, que necessariamente se devem conhecer e crer, para se ser contado no número dos eleitos" (Instit. XXVII, 18).

 3.Sendo assim, Veneráveis Irmãos, que há de surpreendente, pergunto, em que a corrupção dos costumes e sua depravação sejam tão grandes e cresçam diariamente, não digo as nações bárbaras, mas até nos próprios povos que ostentam o nome de cristãos? Com razão dizia o Apóstolo São Paulo, escrevendo aos efésios: "A fornicação e toda espécie de impureza ou avareza nem sequer se nomeie entre vós, como convém a santos; nem palavras torpes, nem chocarrices" (Ef 5, 3-4). Como fundamento deste pudor e santidade, com os quais se moderam as paixões, determinou a ciência das coisas divinas: "E assim, cuidai, irmãos, em andar com prudência; não como insensatos, mas como circunspectos... Portanto, não sejais imprudentes, mas considerai qual é a vontade de Deus" (Ef 5,15 e 17).

 Sentença justa; porque a vontade humana apenas conserva algum resto daquele amor à honestidade e á retidão, inspirados ao homem por Deus, seu Criador, amor que o impelia para um bem, não velado por sombras, mas claramente visto. Mas, depravada pela corrupção do pecado original e esquecida de Deus, seu Gerador, a vontade humana inclina-se a amar a vaidade e a procurar a mentira. Extraviada e cega pelas más paixões, necessita de um guia que lhe mostre o caminho para que retome as veredas da justiça, que desgraçadamente abandonou. Este guia, que não preciso buscar fora do homem, e de que a natureza o proveu, é a própria razão; mas se à razão falta aquela luz, irmã sua, que é a ciência das coisas divinas, sucederá que um cego guiará outro cego e ambos cairão no abismo. O santo rei David, glorificando a Deus por esta luz da verdade que lhe havia infundido na razão humana, dizia: "A luz do vosso rosto, Senhor, está impressa em nós." E indicava o efeito desta comunicação da luz, acrescentando: "Infundistes a alegria em meu coração" (Sl 4,6,7), alegria com a qual, dilatando-se-lhe o coração, corre pela senda dos mandamentos divinos.


Extraído de: DOCUMENTOS PONTIFÍCIOS - 15. - PIO X Sobre o Ensino do Catecismo (Acerbo Nimis.) - 1946


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Catecismo de Dom Tomás de Aquino, OSB 
 Os Dez mandamentos




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