segunda-feira, 1 de março de 1999

Introdução necessária


INTRODUÇÃO NECESSÁRIA

Durante as festas marianas de 1928, os protestantes distribuíram um desafio, exigindo (nota-se bem: não pedindo), um texto da bíblia que provasse diversas verdades professadas pelos católicos e negadas por eles.
Respondi de chofre; porém, dispondo apenas das colunas de um pequeno semanário, foi-me impossível publicar todas as respostas; e as que foram publicadas, em conseqüência do pouco espaço, foram de tal modo cortadas que, muitas vezes, perderam a força de uma argumentação cerrada e irrefutável.
Eis a razão por que resolvi enfeixar em volume as tais respostas, que não receio intitular de irrefutáveis, para quem procura sinceramente a luz e a verdade.
Há outra razão ainda. Uma das tais respostas foi combatida pelos pastores protestantes, como é natural.
Todas as objeções ou protestos aduzidos em nada abalaram as verdades expostas, porque são irrefutáveis, apoiadas sobre a Bíblia, a Ciência e o Bom-senso; porém tais objeções permitiram-me completar a argumentação e, deste modo, dar novas respostas às dificuldades que os protestantes costumam levantar.
Assim, completadas as respostas constituem uma exposição clara e doutrinal das grandes verdades e dos principais dogmas do catolicismo, e uma refutação completa dos erros protestantes.
É uma polêmica documentada, uma argumentação segura, mostrando e comparando o erro e a verdade – para que do contraste saia a luz, que permite distinguir aqueles que, ponentes tenebras lucem, et lucem tenebras (Is. 5,20), “fazem da escuridão luz, e da luz escuridão”,  como fazem os pobres protestantes, unicamente com o intuito de contradizer a Igreja católica.
Possam estas respostas fazer conhecer e armar a religião verdadeira, a única religião divina, que é a de Jesus Cristo, perpetuada e representada no mundo pela Igreja católica, apostólica, romana.
Possam estas respostas trazer ainda um pouco de luz aos pobres protestantes, nossos irmãos separados da verdade, enganados e seduzidos por mercenários e exploradores que se chamam pastores, mas que, na palavra de Cristo, são lobos devoradores vestidos como ovelhas (Mt. 7,15)
Possam eles, à luz da verdade, distinguir as calúnias e o fanatismo, com que tais pastores procuram inspirar-lhes ódio à Igreja verdadeira, afastando-os, deste modo, do caminho único da salvação.
São bem eles que tinha em vista o divino Mestre quando disse: Ai de vós, fariseus hipócritas, que fechais o céu aos homens, porque nem vós entrais, nem deixais entrar os outros que querem entrar. (Mt. 13,13).
Pode haver, sem dúvida, protestantes sinceros, convencidos, pela ignorância em que vivem, dos princípios da religião, como pelas calúnias e acusações através das quais apreciam a Igreja católica.
São ignorantes; e a ignorância é a mãe de todos os erros. Mas, se é perdoável a ignorância num homem do povo, sem instrução, ela é inescusável em homens que pretendem ser os guias dos seus irmãos, os pastores do rebanho; neles a ignorância é um crime, uma perfídia.
Se, pelo menos, estudassem e examinassem a história, os fatos e as escrituras, para neles enxergarem o que brilha com tamanho fulgor: a verdade única e provada pelos evangelhos e pelas epístolas... mas não; limitam-se em resumir toda a sua crença em duas dúzias de objeções ridículas e mil vezes pulverizadas, contra a Igreja católica, copiando dos outros uma lengalenga bolorenta de calúnias, e não se dando ao trabalho de examinar o valor, o fundado, a falsidade ou ridículo destas mentiras.
Atacar a crença dos outros não é provar a autenticidade da sua própria crença.
Por que os tais pastores, em vez de formularem objeções, não provam a legitimidade do protestantismo?
Em vez de atacarem a doutrina católica, que é a do evangelho, por que eles não demonstram e provam que o protestantismo é a religião verdadeira, - que Lutero fora enviado por Deus para reformar a religião – que a bíblia é o Deus do mundo, que cada um pode interpretar como entender – que tais pastores são ministros legítimos de Cristo – que as mil seitas protestantes são todas religiões verdadeiras, etc.?
Eis os fatos que eles deviam estabelecer, sobre a bíblia.
Nas seguintes teses, não somente responderei às objeções atiradas aos católicos, mas estabelecerei a verdade católica, para que, pelo confronto, brilhe a plena luz, a luz inteira, a luz verdadeira, que deve iluminar todo homem que vem e vive neste mundo (Jo. 1,9).
Tenham os protestantes sinceros a coragem de ler estas respostas e eles serão obrigados a tirar uma conclusão que eu deixo ao livre alvitre deles, porque será ditada pela sua consciência.
Quanto aos católicos, eles encontrarão nestas discussões a exposição sucinta e clara da sua fé, ao mesmo tempo uma arma para refutar as calúnias que lhes são atiradas e responder às objeções que costumam formular os inimigos da nossa santa religião.

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