segunda-feira, 1 de março de 1999

O que é um protestante?

CAPÍTULO I

O QUE É UM PROTESTANTE

A definição não é fácil, porque o protestantismo, pela sua divisão e sua adaptação a todos os erros, é uma heresia que muda de forma e de fundo, conforme a situação e os países onde se implanta.
O sábio Webster define-o, dizendo que um protestante é um cristão que protesta contra as doutrinas e práticas da Igreja católica. Querendo definir a seita de Lutero, o grande dicionarista não encontrou uma definição doutrinal positiva; caracteriza-a por uma aversão comum.
É que, como salientou o P. Leonel Franca, os descendentes de Lutero não são irmãos, são conjurados. A sua unidade é o acesso da unidade católica, é a unidade católica hostilizada.
A religião verdadeira é necessariamente uma coisa positiva, tendo dogma, moral e culto, determinados e positivos.
É a nota distintiva da Igreja católica o ter os seus dogmas positivos e divinos, o ter o seu culto majestoso e expressivo.
As outras seitas religiosas, embora falsas e de origem humana, possuem entretanto certo número de ensinamentos positivos que constituem um como fundamento dogmático; o protestantismo está  muito abaixo de qualquer outra seita e não possui nada de positivo; é uma negação de tudo o que afirma a Igreja católica.
Quando a Igreja católica diz: sim! o protestantismo diz: não. – quando Ela diz: não, o protestantismo clama: sim; de modo que o protestantismo é a negação da doutrina católica.
O protestante, como bem diz o nome por que é conhecido, é um homem que protesta.
Não se deve mais dizer: é um cristão; porque há protestantes quem nem acreditam no batismo e não são batizados validamente, ficando simplesmente pagãos.
É um homem que protesta contra a Igreja católica, contra o ensino de Jesus Cristo, e, por cúmulo, protestam contra a palavra divina, servindo-se desta mesma palavra.
Não acredita mais em Deus; só acredita na bíblia que ele torce, interpreta, rasga, ou adora, conforme os seus caprichos.
Para ele, a bíblia não é mais um livro divino, cujo conteúdo é a expressão da palavra divina; é um ídolo, que ele consulta como os antigos agoureiros romanos consultavam o vôo dos pássaros para conhecer a vontade divina, ou os astrólogos consultavam os astros para conhecerem o destino. O nome mudou; a coisa ficou.
Em vez de consultarem as aves, como os romanos, ou os astros, como os gregos, o protestante consulta a Bíblia, dando ele mesmo, ao texto, o sentido de que precisa e que mais se adapta a seu capricho ou seu interesse.
Todo livro precisa de uma interpretação autêntica, feita por uma autoridade competente senão é uma letra morta, e a letra morta só pode dar a morte, enquanto o espírito da interpretação autêntica dá vida.
É o que clara e energicamente exprime S. Paulo: “A letra mata e o espírito vivifica (2Cor. 3,6). E ainda: Para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra (Rm. 7,9). Os judeus estavam na velhice da letra; Cristo trouxe a novidade de espírito e os protestantes rejeitam este espírito.
Como tal os protestantes não tem dogma, tornando-se destarte em vez de cristãos verdadeiros judeus.
Porque o dogma exige uma verdade contida na sagrada escritura, e declarada autêntica pela autoridade competente.
O protestante tem a bíblia (embora falsificada e truncada), porém não possui nenhuma autoridade superior, idônea para declarar uma palavra ter tal sentido, e exprimir tal verdade.
Não tem moral fixa, estável, porque basta crer e fazer o que quiserem, como diz Lutero, o que exclui toda moral.
Não tem culto público, porque o culto é a expressão da crença e sendo a crença individual, o culto igualmente deve ser individual.
Eis o protestante isolado, separado de tudo, sem dogma, sem moral, sem culto, sem autoridade, sem regra de fé firme. Nada de positivo nele... tudo é negativo: é um protestante: isto é, um revoltoso, um crítico, um censor, um zombeteiro, que procura destruir sem nada edificar... que procura arrancar a fé católica, para substituí-la pela revolta, pela negação, pelo nada.
E como o protestantismo fica em pé? Tem um duplo apoio: a ignorância e a revolta. Nos pastores tem outro apoio: o interesse, a ganância, o lucro.
Cada pastor é um aventureiro, um verdadeiro explorador, que procura viver e enriquecer-se à custa dos ignorantes.
Ele mesmo não acredita naquilo que ensina, porém é um meio lucrativo de cavar a vida, de garantir o futuro e deixar um pecúlio aos filhos.
Os protestantes dividem-se em duas categorias:
1º - Os ignorantes, iludidos e enganados pelos finórios que se intitulam pastores.
2º - Os pastores, enganadores, por interesse, verdadeiros mercenários que enganam para ganhar a vida
Os primeiros são vítimas, dignos de compaixão. Os segundos são uns tratantes sem consciência que, para ganharem a vida, perdem as almas dos incautos.
Dos primeiros, Deus terá talvez misericórdia; para os segundos só pode ter anátemas, como os que dirigiu aos fariseus de seu tempo: Ai de vós, hipócritas, que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito... e depois... o fazeis filho do inferno, duas vezes mais do que vós (Mt. 12,15).

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