CAPÍTULO IV
COMO OS PROTESTANTES PROTESTAM
Há diversos modos de protestar. Protesta-se contra a mentira, pela manifestação da verdade. Protesta-se contra a injustiça pela valorização dos seus direitos. Protesta-se contra a calúnia pela exibição das provas contrárias. O protestantismo protesta contra a Igreja católica! Já expliquei a razão deste protesto; mas, como é que ele protesta? Mostrando a verdade? Mostrando seus direitos? Mostrando sua inocência? Nada de tudo isso. É o contrário: ataca a verdade. Não respeita os direitos alheios. Calunia a inocência de que e de quem não conhece. Protesta unicamente pela calúnia, pelo ódio, pela hipocrisia e pelas objeções. É um protesto fora de todas as regras do bom-senso, da lógica e da bíblia, que se ufana de praticar.
O protesto verdadeiro, lógico, racional e convincente seria de mostrar, de provar a mentira, a injustiça ou a calúnia.
Por que os protestantes não provam a mentira, a injustiça ou a calúnia da Igreja católica contra eles? Pela razão que a Igreja não mente, nem comete injustiças, nem calúnias... e que os mentirosos são eles; os fautores de injustiças são eles; os caluniadores são eles ainda.
A Igreja católica teria direito de protestar; ela não protesta, mas sim, mostra a verdade, prova esta verdade e pela verdade dissipa o erro.
Por que os protestantes não seguem o mesmo caminho? Em vez de limitar a sua ação em fabricar objeções, por que não provam eles a verdade do protestantismo? Se tal verdade existe, ela há de dissipar necessariamente o erro católico como a verdade católica dissipa o erro protestante.
A primeira obra que uma religião deve fazer é provar a autenticidade, a autoridade e a legitimidade do seu ensino; em outros termos: é provar os seus dogmas.
Por que não o fazem os protestantes? Pela razão muito simples de não terem dogmas. A negação ou o protesto não se sustentam por si mesmos, só podem existir onde há uma coisa positiva, que se possa negar, onde há uma verdade contra a qual se possa protestar.
***
O protestantismo é um verdadeiro parasita religioso, que só pode viver nas costas do catolicismo, procurando chupar-lhe a fé, como os parasitas – animais ou vegetais – que vivem do sangue ou do suco de outro. Tirai das costas do animal tal parasita-bicho e está morto; arrancai tal outro parasita da casca do vegetal, e morto estará também.
Assim o protestantismo. Se o catolicismo pudesse morrer, - o que é impossível – no mesmo dia e na mesma hora estaria morto o protestantismo. Arrancai-o das costas do catolicismo e ele será um cadáver em putrefação.
A Igreja católica é o objeto positivo; o protestantismo é a sua negação. A Igreja católica é o sol luminoso e resplandescente do dia; o protestantismo é as trevas da noite onde se tropeça e perde o caminho. Vae ponentes tenebras lucem (Is. 5,20).
A Igreja católica é uma instituição modelar, harmoniosa e divina; o protestantismo é a anarquia, a desordem e a revolta que procura aviltar esta instiuição. Super hanc petram aedificabo ecclesiam meam (Mt. 16,18).
A Igreja católica é um colosso de vida, de progresso, de expansão e de força; o protestantismo é um ancilóstomo ou necátor que procura fixar-se no organismo para aí produzir a opilação espiritual, o cansaço de Deus e amarelão religioso. Ite in mundum universum, praedicate evangelium (Mt. 16,15).
A Igreja católica é a água divina, num vôo direto, em demanda do céu; o protestantismo é a pulga que procura fixar-se nas asas do pássaro, para cansá-lo e impedir seu vôo. Sicut aquila, provocans ad voladum pullos suos (Dt. 32,11).
A Igreja católica é árvore frondosa, em cujos ramos as aves do céu, que são os santos, se aninham; o protestantismo é o parasita que procura envolver o tronco, chupar-lhe a seiva, para esterilizá-lo. Fit arbor, ita ut voluvres caeli... habitent in ramis ejus (Mt. 13,32).
A Igreja católica é o farol luminoso, que Deus colocou à beira da estrada humana, para indicar aos homens a verdade e a virtude; o protestantismo é a noite escura, que cega o olhar do viandante e o faz precipitar-se no abismo. Posui te in lucem gentium (At. 13,47).
A Igreja católica é a ponte que liga a terra ao céu, e onde os homens devem estar para, da terra, subirem ao céu; o protestantismo é o abismo horrendo, que passa por baixo da ponte, onde se precipitam aqueles que desprezam a ponte. Arcta via est, quae ducit ad vitam (Mt. 7,14).
A Igreja católica é a arca fora da qual ninguém se salva, sendo todos – como no dilúvio – arrastados pelas ondas em furor; o protestantismo é o lodo terrestre, é o arrecife, formado pelas árvores arrancadas, pelas casas destruídas, que procura atalhar a navegação da arca. Tanquam navis quae pertransit fluctuantem aquam (Sab. 5,10).
A Igreja é a barquinha de São Pedro que leva, através do oceano do mundo, os filhos de Deus, até aportar no céu; o protestantismo é a perdição, é a porta para o inferno. Si ecclesiam non audierit, sit tibi sicut ethnicus (Mt. 18,17).
A Igreja católica é o reino de Deus, reino triunfante no céu; reino padecente no purgatório; reino militante na terra; o protestantismo, estando fora deste tríplice reino, é necessariamente o único reino aí não incluso: o reino de Satanás, ou inferno. In hoc manifestati sunt filii Dei, et filii diaboli (Jo. 3,10).
Para terminar resumamos tudo em duas palavras: a Igreja católica é a obra de Deus, fundada por Deus, sustentada por Deus, inspirada por Deus, fazendo as obras de Deus; o protestantismo é obra dos homens (de Lutero), fundada pelos homens, hoje sustentada pelo dólar americano, inspirada pelo ódio, e fazendo as obras do ódio e da revolta. Ex fructibus eorum cognoscetis (Mt. 7,20).
É o bastante para os homens sinceros compreenderem o que é o protestantismo e como é que ele protesta.
Protesta pelo ódio, pelos ataques, pelas objeções, pelas calúnias, pela hipocrisia, fazendo em tudo o contrário do que manda a bíblia e o bom-senso. E têm a coragem de chamar isso de religião! É muita coragem!
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