domingo, 2 de junho de 2013

Sermão do 2º Domingo depois de Pentecostes


Sermão do 2º Domingo depois de Pentecostes 
Dia 02 de Junho de 2013
México, Padre René Trincado C.

Tradução: Capela Nossa Senhora das Alegrias - Vitória/ES
Observações ; capela@nossasenhoradasalegrias.com.br

“Não os estranheis se o mundo os odeia”. Com essas palavras começa a epístola de hoje (1 Jo 3,13)

E disse Nosso Senhor no Evangelho de São João: Se o mundo vos odeia, sabei que me odiou a mim antes que a vós. Se fôsseis do mundo, o mundo vos amaria como sendo seus. Como, porém, não sois do mundo, mas do mundo vos escolhi, por isso o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que vos disse: O servo não é maior do que o seu senhor. Se me perseguiram, também vos hão de perseguir. (Jo 15, 18 – 20).

São João Crisóstomo comenta esta passagem evangélica dizendo que ser odiado do mundo é uma prova de santidade; e que é de lamentar ser amado pelo mundo, porque isso prova nossa perversidade. E São Gregório diz que a censura dos maus é a aprovação de nossa vida.

Disse também Nosso Senhor: Os odiarão todos os homens por causa do meu nome, mas o que perseverar e estiver firme até o fim, esse será salvo (Mt 10, 22; Mc 13, 13)

E acrescenta: Bem aventurados sereis quando os injuriarem e os perseguirem e dizendo todo mal contra vós, mentindo, por minha causa. Exultai-vos e alegrai-vos, porque vosso prêmio é muito grande nos céus, pois assim também perseguiram os profetas que houveram antes de vós. (Mt 5, 11-12)

E no Evangelho de São Lucas: Bem aventurados sereis quando os odiarem os homens, e os expulsarem, e os ultrajarem, e rejeitarem vosso nome como mal por causa do Filho do homem. Alegrai-vos naquele dia, e regozijai-vos; porque vosso prêmio será grande no céu. (Lc 6,22-23)

Em 1988, Monsenhor Lefebvre, com o fim de manter vivo o combate pela fé, a guerra contra o modernismo imperante até hoje; se viu na obrigação de consagrar quatro bispos. Os modernistas de Roma o excomungaram, junto a Monsenhor de Castro Mayer e os quatro bispos consagrados. Se tratou – por certo – de uma sanção nula em razão de sua total injustiça. Mas aos olhos do mundo ficaram excomungados.

Se cumpriam brilhantemente as palavras de Cristo nestes homens: junto com o decreto de excomunhão fulminado pelos hereges modernistas, se faziam credores do ódio de todos os inimigos de Deus. Essa era uma prova paupável, a certidão de uma predileção de Deus, como também um correlativo ódio particular do demônio. Essa excomunhão era, portanto, uma imensa honra e um título de singular glória aos olhos de Deus.

Morreram Monsenhor Lefebvre e Monsenhor de Castro Mayer, passaram os anos, e, como sabemos, as idéias a respeito foram mudando. Já não se olhou essa excomunhão de maneira sobrenatural, como algo honroso em extremo, senão que se começou a considerar de modo puramente humano: a excomunhão era um estigma, uma ignomínia, um impedimento para que as almas se aproximassem da Tradição, um obstáculo para os tratamentos com Roma, uma lepra ultrajante e espantosa que nos condenava a viver excluídos e confinados.

Foi assim como, no ano de 2009, a petição da Fraternidade, Roma liberal depos o “levantamento” da dita sanção. Os modernistas tiveram a intenção, com ele, de realizar um ato de “perdão aos culpáveis”, uma “remissão misericordiosa”.

Se cantou o Te Deum e muitos na Fraternidade celebraram jubilosos este acontecimento. Era a hora do crepúsculo. A congregação explorava caminhos novos. Se começava a diluir a antiga santa intransigência de Monsenhor Lefebvre, ao tempo que se consolidava um modo novo de relacionar-se com os modernistas destruidores da Igreja, um proceder estranho cujas notas distintivas são a ambiguidade nas palavras, a astúcia diplomática, o cálculo político, o sigilo e a covardia. Caminhava e segue caminhando a congregação ao precipício, conduzida pelos que buscam alianças adúlteras e acordos traidores. Mas esta é vossa hora, e o poder das trevas (Lc 22, 53).

Estimados fiéis: o que perseverar e estiver firme até o fim, esse será salvo. Estejamos firmes. Que nada nem ninguém nos faça abandonar os princípios de Monsenhor Lefebvre. Que nada nem ninguém nos separe da verdade. Que Deus nos faça sempre fiéis a ela. Que nos conceda seguir o exemplo dos mártires que deram a vida por negar-se a oferecer um só grão de incenso. Que nos dê sua graça para imitar a resolução de homem como o Padre Maldonado, cuja tumba se encontra a poucos metros de nossa capela, cujos familiares estão aqui presentes: esse santo sacerdote soube morrer por Cristo nas mãos destes filhos do diabo cujas venenosas idéias inspiraram o fatídico Vaticano II, a maior calamidade em toda a história da Igreja, da qual um dia não ficará nem uma só vírgula, quando Deus purificar a sua Igreja.

Não fomos criados para a mediocridade, nem para a traição, nem para a covardia, nossa vocação comum é a caridade ardente e combativa. Mas os covardes, os incrédulos, os abomináveis, os homicidas, os fornicadores, os feiticeiros, os idólatras e os mentirosos, terão sua parte no lago de fogo e enxofre (Ap. 21, 8) Que o Céu nos conceda a fé profunda, a abrasadora caridade e a fortaleza heróica do P. Maldonado. Então seremos invencíveis. Então diremos como São Paulo: tudo posso nAquele que me faz forte (Fil. 4, 13).

Ânimo!, estimados fiéis, ânimo! Ânimo na batalha! Conservemos o posto de combate até o fim! Animo porque é inevitável nossa vitória, a vitória de Cristo! Nos disse Nosso Senhor: no mundo tereis tribulações, mas ânimo!. Eu venci o mundo. (Jo 16, 33)

P. Maldonado

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