sexta-feira, 31 de maio de 2013

Sermão do Revmo. Padre René Trincado Festa de Corpus Christi México, 30 de Maio de 2013

Sermão do Revmo. Padre René Trincado
Festa de Corpus Christi
México, 30 de Maio de 2013


Tradução: Capela Nossa Senhora das Alegrias - Vitória/ES
Observações à tradução: capela@nossasenhoradasalegrias.com.br

Nesta grande festa de Corpus Christi é conveniente recordar, ainda que seja de modo muito sintético, uma das principais verdades relativas a Eucaristia: a presença real de Cristo na Eucaristia.

Ensina a igreja que a Eucaristia é um sacramento no qual, pela conversão do pão no Corpo de Jesus Cristo e do vinho no Sangue, se contém verdadeira, real e substancialmente, o corpo, o sangue, a Alma e a Divindade do mesmo Jesus Cristo, debaixo das espécies (aparências) do pão e do vinho.

Se contém – diz o catecismo – o Corpo de Cristo, mas não só seu Corpo, senão também seu Sangue. E não somente o físico ou material de Cristo homem (Corpo e Sangue), senão que também se contém o não material do homem: a Alma. Corpo, sangue e alma são as três coisas que compõem a todo homem, são a humanidade, neste caso, a Humanidade de Cristo; mas além de sua Humanidade, neste sacramento e se contém a Divindade: não somente está presente como homem, senão também como Deus.

Na Eucaristia está verdadeiramente presente o mesmo Jesus Cristo que está no céu e que na terra nasceu da Santíssima Virgem.

A hóstia, antes da consagração, é pão de trigo. Mas depois da consagração, ela é o verdadeiro Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo debaixo as aparências de pão. No cálice, antes da consagração, há vinho de uvas com umas gotas de água. Mas depois da consagração está no cálice o verdadeiro Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo debaixo as aparências de vinho.

A conversão do pão no Corpo e do vinho em Sangue de Jesus Cristo se produz quando na Santa Missa o sacerdote pronuncia as palavras da consagração. Esta milagrosa conversão, se chama transubstanciação.

Aqui esta uma breve síntese da doutrina católica sobre a presença real.

Contra a verdade salvadora, o demônio, que sempre pretende destruir a obra redentora de Cristo, colocou dentro da mesma Santa Igreja esses homens infernais, esses ministros do diabo que são os hereges modernistas.

A besta modernista nasce ao fim do século XIX, é derrotada por São Pio X, se retrai, ferida gravemente mas não morta, à suas tocas subterrâneas até o Vaticano II, e é neste conciliábulo onde novamente levanta sua venenosa cabeça, apoderando-se de Roma e de toda a hierarquia católica até o presente. Por isso o Vaticano II  é a maior derrota da Igreja em toda a história, porque por meio dele, coisa nunca vista nem imaginada – uma heresia alcançou infeccionar todo o Corpo Místico de Cristo, desde o Papa até os leigos.

Suscitados pelo inimigo do gênero humano, jamais faltaram -  diz São Pio X na encíclica Pascendi – homens de linguagem perversa, inventores de novidades e sedutores, caídos no erro e que arrastam ao erro. Mas é preciso reconhecer que nestes últimos tempos cresceu, de modo estranho, o número destes inimigos da Cruz de Cristo, os quais, com artes inteiramente novas e cheias de perfídia  se esforçam em aniquilar as energias vitais da Igreja, e até por destruir totalmente, se lhes fosse possível, o reino de Jesus Cristo. São os piores inimigos da Igreja, sigo citando o Papa santo – porque eles tramam a ruína da Igreja, não desde fora, senão desde dentro.

E assim, para os hereges modernistas, a Eucaristia é somente um sinal de uma certa presença espiritual de Cristo: Cristo está presente de maneira espiritual ou simbólica na hóstia consagrada, A hóstia consagrada não é Cristo, senão que simboliza a Cristo, como a bandeira não é a Pátria senão que simboliza a Pátria.

Se os hereges modernistas moderados (chamados “conservadores”) seguem falando de transubstanciação, de acordo a seu acostumado e astuto proceder, trocam mais ou menos sutilmente o sentido deste termo. Os hereges modernistas mais extremos (conhecidos como “progressistas”) já não falam de transubstanciação senão de transfinalização, pretendendo que depois das palavras da consagração, somente haja um pão com um fim distinto; ou falam de transignificação, para expressar que depois da consagração há um pão com um significado distinto.

Me limitei a dar somente um par de exemplos dos erros com os quais os modernistas tentam destruir a fé sobre este Sacramento, somente dois entre muitíssimos escorregadios tentáculos e as mil caras (algumas, as vezes, bastante simpáticas) da maldita besta modernista.

Estimados fiéis: sempre a prudente distância desta peste e dos que a espalham, nós defendemos a verdade sobre a presença real de Cristo na Eucaristia, mantenhamos a fé da Igreja sobre este sacramento até o fim, tendo em conta aquelas graves palavras do Credo de Santo Atanásio: “todo aquele que queira salvar-se, antes de tudo é preciso manter a fé católica, e o que não guardar íntegra e inviolada sem dúvida perecerá para sempre.”


Que a Virgem Santíssima, a destruidora de todas as heresias, conserve íntegra e inviolada a fé nas almas destes meninos que em uns minutos receberão a Cristo Sacramentado. Que dê sabedoria a seus pais para saberem educá-los cristãmente e conduzi-los ao céu em um mundo cada vez mais anticristão. Que a todos nos preserve de cair nas redes do erro e da heresia. E que esmague a serpente modernista que desde o fatídico Vaticano II está envenenando as almas católicas.





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