Sermão do Revmo. Padre René Trincado
Festa de Corpus Christi
México, 30 de Maio de 2013
Tradução: Capela Nossa Senhora das Alegrias - Vitória/ES
Observações à tradução: capela@nossasenhoradasalegrias.com.br
Nesta grande festa de Corpus Christi é conveniente recordar, ainda que
seja de modo muito sintético, uma das principais verdades relativas a
Eucaristia: a presença real de Cristo na
Eucaristia.
Ensina a igreja que a Eucaristia
é um sacramento no qual, pela conversão do pão no Corpo de Jesus Cristo e do vinho
no Sangue, se contém verdadeira, real e substancialmente, o corpo, o sangue, a
Alma e a Divindade do mesmo Jesus Cristo, debaixo das espécies (aparências) do
pão e do vinho.
Se contém – diz o catecismo – o Corpo de Cristo, mas não só seu Corpo,
senão também seu Sangue. E não somente o
físico ou material de Cristo homem (Corpo e Sangue), senão que também se
contém o não material do homem: a Alma. Corpo, sangue e alma são as três
coisas que compõem a todo homem, são a humanidade,
neste caso, a Humanidade de Cristo;
mas além de sua Humanidade, neste sacramento e se contém a Divindade: não somente está presente como homem, senão também como
Deus.
Na Eucaristia está verdadeiramente
presente o mesmo Jesus Cristo que está no céu e que na terra nasceu
da Santíssima Virgem.
A hóstia, antes da consagração, é pão
de trigo. Mas depois da consagração, ela é o verdadeiro Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo debaixo as aparências de pão. No
cálice, antes da consagração, há vinho
de uvas com umas gotas de água. Mas depois da consagração está no cálice o
verdadeiro Sangue de Nosso Senhor Jesus
Cristo debaixo as aparências de vinho.
A conversão do pão no Corpo e
do vinho em Sangue de Jesus Cristo se produz quando na Santa Missa o sacerdote
pronuncia as palavras da consagração.
Esta milagrosa conversão, se chama transubstanciação.
Aqui esta uma breve síntese da doutrina católica sobre a presença
real.
Contra a verdade salvadora, o demônio, que sempre pretende destruir a
obra redentora de Cristo, colocou dentro da mesma Santa Igreja esses homens
infernais, esses ministros do diabo que são os hereges modernistas.
A besta modernista nasce ao
fim do século XIX, é derrotada por São
Pio X, se retrai, ferida gravemente mas não morta, à suas tocas subterrâneas
até o Vaticano II, e é neste conciliábulo onde novamente levanta sua venenosa
cabeça, apoderando-se de Roma e de toda
a hierarquia católica até o presente. Por isso o Vaticano II é a maior derrota
da Igreja em toda a história, porque por meio dele, coisa nunca vista nem
imaginada – uma heresia alcançou
infeccionar todo o Corpo Místico de Cristo, desde o Papa até os leigos.
Suscitados
pelo inimigo do gênero humano, jamais faltaram - diz São Pio X na encíclica
Pascendi – homens de linguagem perversa,
inventores de novidades e sedutores, caídos no erro e que arrastam ao erro. Mas
é preciso reconhecer que nestes últimos tempos cresceu, de modo estranho, o
número destes inimigos da Cruz de Cristo, os quais, com artes inteiramente
novas e cheias de perfídia se esforçam em aniquilar as energias vitais da
Igreja, e até por destruir totalmente, se lhes fosse possível, o reino de Jesus
Cristo. São os piores inimigos da Igreja, sigo citando o Papa santo – porque eles tramam a ruína da Igreja, não
desde fora, senão desde dentro.
E assim, para os hereges modernistas,
a Eucaristia é somente um sinal de uma certa presença espiritual de Cristo: Cristo está presente de maneira
espiritual ou simbólica na hóstia consagrada, A hóstia consagrada não é Cristo,
senão que simboliza a Cristo, como a bandeira não é a Pátria senão que
simboliza a Pátria.
Se os hereges modernistas moderados (chamados “conservadores”)
seguem falando de transubstanciação, de acordo a seu acostumado e astuto
proceder, trocam mais ou menos sutilmente o sentido deste termo. Os hereges
modernistas mais extremos (conhecidos como “progressistas”) já não falam de
transubstanciação senão de transfinalização, pretendendo que depois das
palavras da consagração, somente haja um pão com um fim distinto; ou falam de
transignificação, para expressar que depois da consagração há um pão com um
significado distinto.
Me limitei a dar somente um par de exemplos dos
erros com os quais os modernistas tentam destruir a fé sobre este Sacramento,
somente dois entre muitíssimos escorregadios tentáculos e as mil caras (algumas,
as vezes, bastante simpáticas) da maldita besta modernista.
Estimados fiéis: sempre a prudente distância desta
peste e dos que a espalham, nós defendemos a verdade sobre a presença real de
Cristo na Eucaristia, mantenhamos a fé da Igreja sobre este sacramento até o
fim, tendo em conta aquelas graves palavras do Credo de Santo Atanásio: “todo aquele que queira salvar-se, antes de
tudo é preciso manter a fé católica, e o que não guardar íntegra e inviolada
sem dúvida perecerá para sempre.”
Que a Virgem Santíssima, a destruidora de todas as
heresias, conserve íntegra e inviolada a fé nas almas destes meninos que em uns
minutos receberão a Cristo Sacramentado. Que dê sabedoria a seus pais para
saberem educá-los cristãmente e conduzi-los ao céu em um mundo cada vez mais anticristão.
Que a todos nos preserve de cair nas redes do erro e da heresia. E que esmague a
serpente modernista que desde o fatídico Vaticano II está envenenando as almas
católicas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário