Sermão do domingo de Pentecostes
Dia 19 de Maio de 2013
Padre René Trincado C.
O Catecismo de São Pio X ensina que existe o
Espírito Santo, terceira pessoa da Santíssima Trindade, que é Deus eterno,
infinito, onipotente, Criador e Senhor de todas as coisas, como o Pai e o
Filho. Diz também que a obra que atribui especialmente ao Espírito Santo é a
santificação das almas.
O dia de Pentecostes, cinquenta dias depois da Ressurreição de Nosso Senhor
Jesus Cristo e dez dias depois de sua Ascensão, o Espírito Santo desceu dos
céus, de maneira visível, em forma de línguas de fogo.
Os efeitos que
produziu o Espírito Santo nos apóstolos foram estes: Os confirmou na fé, os
encheu de luz, de fortaleza, de caridade e da abundância dos sete dons.
O Espírito Santo não foi
enviado somente aos Apóstolos, senão a toda a Igreja e a todas as almas fiéis
de todos os lugares e tempos.
O Espírito Santo transformou os Apóstolos de homens terrenais em homens divinos
e santos: os que até este dia eram débeis e pecadores, desde esse momento
seriam grades santos. De ignorantes em sábios. De covardes e tímidos em
valorosos e mártires.
O Espírito Santo quer fazer o mesmo em nossas almas: quer nos santificar, nos
iluminar e nos fazer fervorosos.
1- Nos santificar: desde o Batismo o Espírito
Santo nos fez filhos de Deus e templos seus. Pela confirmação o Espírito Santo
deu-se a nós mais intensamente.
2- Nos iluminar: O Espírito Santo abre a mente ao
horizonte infinito das realidades sobrenaturais, e isto por simples que sejamos.
O Espírito Santo os ensinará todas as coisas (Ev.). O homem animal não percebe
as coisas que são do Espírito de Deus, porque lhe parecem uma loucura: e não as
pode entender, porque devem ser julgadas espiritualmente (1 Cor 2,14).
3- Nos fazer fervorosos ou nos incendiar no amor
de Cristo. Quer nos incendiar. Nosso Deus é um fogo devorador, diz a Escritura.
O que como homens débeis nos é impossível, será possível pela divina
onipotência, que dará uma fortaleza sobrenatural a alma, a que se fará capaz de
tudo por meio de sua graça. Não se perturbe o vosso coração nem se acovarde,
nos diz Nosso Senhor. Ao contato com o Espírito Santo, o homem débil se torna
forte e capaz de executar obras sublimes. Tudo posso naquEle que me faz forte
(Fil 4,13). Tudo! Tudo!
Hoje como ontem, o Espírito Santo segue atuando, mas na medida que O
permitimos. Se o pecado mortal o expulsa da alma, a tibieza - que
consiste em fazer um traidor acordo de paz com o pecado venial – encadeia o
Espírito Santo em nossas almas. O Espírito Santo não está na alma daquele que
se encontra em pecado mortal. Está na alma do tíbio, mas aprisionado, cercado,
impedido, limitado e debilitado pelas voluntárias infidelidades.
Mas hoje a necessidade do Espírito Santo no
mundo, na Igreja e na Tradição, é mais grave e urgente que nunca: há que
defender a Cristo, a Verdade, não somente contra os maus, senão também contra
muitos bons que enganados pelo Vaticano II (obra de Satanás) e o falso
magistério posterior, e também, ultimamente – há que combater por Cristo contra
os que são vítimas de uma perigosíssima ilusão que faz olhar com bons olhos a
possibilidade de alcançar uma paz – necessariamente falsa, injusta, traidora e
covarde – com os modernistas destruidores da Igreja.
Estimados fiéis: No que diz respeito a nós,
mantenhamo-nos impassíveis no caminho que nos assinalou Monsenhor Lefebvre. Não
pidamos liberdade, como os liberais. Não pidamos um rincão na estrutura
oficial da Igreja: sigamos exigindo o restabelecimento do Reinado de Cristo em
tudo e em todos.
Nosso dever sagrado é combater por Cristo, não é mendigar ao inimigo
liberal, assassino das almas, aos hereges modernistas que são como um
tumor maligno no corpo da Igreja. Não se fazem acordos com esses tumores, eles
são extirpados. Não estamos nas filas da Igreja militante para mendigar diante
ao inimigo, senão para combatê-lo sem trégua, sem descanso, sem diplomacias
mundanas, sem retrocessos nem abrandamentos, sem ambiguidades e sem acordos traidores.
Nossa vocação é combater até o fim, até a morte de
cada um de nós, pela honra de Deus, pelos direitos sagrados da Verdade, pela
reconquista da Igreja e do mundo para Cristo, Nosso Senhor.
Essa
batalha é um dever de todos e de cada um dos católicos, não somente dos
consagrados, por meio da oração assídua e da ação resoluta, sem essa hipocrisia
farisaica que há em ser muito duro com os próximos e muito indulgente conosco,
senão com o exemplo constante de uma conduta santa, isto é, humilde, mansa,
cheia de esperança sobrenatural e de toda caridade, e simultaneamente, firme e
intransigente na fé.
Disse o papa Leão
XIII que "ceder ou calar quando de todos os lados se levanta tal clamor
contra a verdade, é, ou bem desinteresse, ou bem duvidar da fé; nos dois casos
é uma desonra e fazer uma injúria a Deus; é comprometer a própria salvação e a
dos outros, é trabalhar em favor dos inimigos da fé, pois nada aumenta tanto a
audácia dos maus, como a debilidade dos bons... os cristãos nasceram para a
luta..."
Estimados fiéis: não nos façamos ilusões. Quem ama a Cristo, a Verdade,
detesta as ilusões. "Sem mim nada podeis” (Jo 5, 15). É impossível vencermos a nós mesmos em
nossas covardias e inconstâncias, sem a ajuda do Espírito Santo. Para sermos
realmente fiéis a Cristo é necessário sermos revestidos do poder do alto (Lc
24, 49), e para isso há que abrir a alma a ação do Espírito Santo, ao modo como
a terra se deixa abrir para receber a semente e dar fruto.
Peçamos, mediante a reza assídua do Santo, divino, milagroso e
todo poderoso Rosário, a Santa Virgem Maria, Esposa de Deus Espírito Santo, que
a restauração da Igreja e do mundo comece por nossas almas: que o Espírito
Santo destrua o homem velho no campo de batalha de nossas almas e vitorioso
tome posse total e definitiva delas.
Tradução: Capela Nossa Senhora das Alegrias - Vitória/ES
Observação a tradução: capela@nossasenhoradasalegrias.com.br
Ave Maria Puríssima!
Sem pecado concebida!
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