quarta-feira, 20 de março de 2013

OS FIÉIS TEM O DIREITO DE SABER


OS FIÉIS TEM O DIREITO DE SABER

Tradução: Capela Nossa Senhora das Alegrias - Vitória/ES
Observação a respeito da tradução: capela@nossasenhoradasalegrias.com.br

LASAPINIÈRE

“Os fiéis tem todo o direito de saber que os sacerdotes aos quais se dirigem não estão em comunhão com uma falsificação de Igreja, evolutiva, pentecostalista e sincretista” (Carta aberta a Sua Eminência Cardeal Gantin, Prefeito da Congregação dos Bispos, Ecône, 6 de julho de 1988, Fideliter N° 64, julho-agosto de 1988, págs.. 11-12)

Não se trata de um “zelo amargo” nem de “atuar com uma dureza contínua”, mas de constatar certo liberalismo na Fraternidade. Os fatos estão ali e nada se pode contra os fatos.

Não se trata de culpar todo aquele que não esteja de acordo com nosso ideal, se trata de constatar e de se interrogar sobre o fato de que os sacerdotes da Fraternidade não atuam segundo o ideal da Fraternidade. A conduta doutrinal excelente de tal superior, o zelo detal prior pode esconder esta realidade ante nossos olhos, mas é um fato que, influenciados pelos exemplos e os discursos de nosso Superior Geral, certos confrades, possuindo a etiqueta “Fraternidade Sacerdotal São Pio X” se conduzem à prática como os que já aderiram à Roma, e isto até mesmo antes da adesão à Igreja Conciliar.

Os fiéis tem todo o direito de saber que um prior, durante uma sessão de teologia, notou que não podia dizer: “Bento XVI é um modernista”. Este prior confiou também a um confrade de já não poder, em consciência, rezar aos fiéis pela “conversão de Roma e dos bispos”, intenção que é parte das intenções da Fraternidade (Cor Unum nº 35)

Os fiéis tem todo o direito de saber que dois priores confiaram ao Superior de um Distrito importante que estavam prontos para celebrar a Missa Paulo VI (1º canon). O que se une à observação de Mons. Fellay ao cardeal Cañizares durante uma visita de uma badia “NovusOrdo” perto de Florença [Itália].

“Se Mons. Lefebvre tivesse conhecido como se celebrara ali, não teria dado o passo que deu”.

É zelo amargo escandalizar-se com estas reações? Os cardeais Bacci e Ottaviani não teriam aprovado o “breve exame crítico” por convite de Mons. Lefebvre, se tivessem visto “como se celebrava a Missa ali?

Os fiéis tem todo o direito de saber que em Kansas City um sacerdote repreendeu a um fiel, senhor B., por falar mal do “Novus Ordo”. Este sacerdote lhe disse: “agora já não se fala assim”. 

Os fiéis tem todo o direito de saber que em Post Falls um prior declarou recentemente que o papel da Fraternidade não era combater o Concílio Vaticano II, mas o de velar pela santificação dos sacerdotes, como se estes dois deveres pudessem ser opostos.

Os fiéis tem todo o direito de saber que em Chartres um prior, para tentar justificar a política de Mons. Fellay, tentou convencer um confrade que a beatificação de João Paulo II não foi tão grave porque “o homem é que foi exaltado” e não sua doutrina, e que a iniciativa de Assis III não foi tão escandalosa porque “o fato de que Bento XVI tenha convidado ateus manifesta que não se tratou de uma reunião religiosa”. É zelo amargo estar escandalizado com estas afirmações?

Os fiéis tem todo o direito de saber que na Flórida um prior impediu um pedido de livros contra o Concílio Vaticano II pela encarregada. Denunciado publicamente, devia, com raiva, recuar de sua ordem e encher suas prateleiras com estes livros. O mesmo aconteceu com o catálogo da Angelus Press graças à vigilância dos sacerdotes da Fraternidade de estrita observância. Assim, “Eu acuso o Concílio” e um fascículo sobre a jurisdição de suplência que haviam sido oficialmente descontinuados reapareceram no catálogo.

Os fiéis tem todo o direito de saber que o Superior do Distrito dos Estados Unidos pediu ao Angelus Press para que abandone a publicação em língua inglesa do “Sim, sim, Não, não” e vigiou, durante o congresso anual de Kansas City, que os conferencistas se submetessem às modificações impostas pela nova linha de Mons. Fellay. Pe. Rostand também pediu que se apague todo vestígio de Mons. Williamson no seminário de Winona, que difundia seus sermões, suas conferências e seus artigos. Estranha atitude, já que o mesmo Mons. Fellay disse ter por “Mons. Williamson admiração, por seus golpes geniais na luta contra o Vaticano II”...

Os fiéis tem todo o direito de saber que Pe. Cyprian, que é um sobrevivente de Barroux, passando por Denver tentou provar em um sermão que a situação na Igreja oficial estava se consertando, declaração que, graças a Deus, horrorizou ao sacerdote da Fraternidade que estava presente.

Os fiéis tem todo o direito de saber que o libro do Pe. Troadec sobre “a familia católica” contém numerosas citações “aceitáveis” de Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI. Mas, desgraçadamente, se esqueceram de relatar que Bento XVI, em 15 de dezembro de 2010, recebeu no Vaticano os pervertidos do “Gay circus” que realizaram seu espetáculo. Porque como disse São Pio X: em um modernista, uma página é católica, mas a seguinte é racionalista. A página católica não prova nada entre essa gente, cuja inteligência está corrompida.

Os fiéis tem todo o direito de saber que em Brignoles uma irmã titular rezou em sua classe por “nosso bom papa que renuncia” e se inquietou porque nas famílias se dizia que este papa não era bom, sendo que fora ele que “havia liberado a missa”. Isto confundiu a um de seus alunos, já que antes a madre dizia que este papa “ensinava erros”.

Como é que estas posições tomadas objetivamente contrárias à linha e aos princípios da Fraternidade puderam dispersar-se entre seus membros se não for pelo exemplo que vem de cima?

Os fiéis tem todo o direito de saber que o fato de afirmar, hoje em dia, junto a Mons. Lefebvre que: “Dizer ‘sair da Igreja visível’ é enganar-se assimilando a Igreja oficial e a Igreja visível’, o que implica, para numerosos superiores, o sedevacantismo que para eles representa o pecado dos pecados, enquanto se trata de uma hipótese que, segundo Mons. Lefebvre, poderia ser   ‘um dia confirmada pela Igreja, porque ela tem argumentos muito sérios’”.

Com efeito, os fiéis tem todo o direito de saber que em São Nicolau, diante dos priores da França, em 9 de novembro de 2012, um confrade pediu a  Mons. Fellay o esclarecimento sobre os rumores nos quais se afirmava que no dia 13 de junho havia ido a Roma para fazer acordo. Nosso Superior Geral negou que tal acordo fosse possível – porque essa não era “a maneira de se fazer” – ele havia “enviado o texto para estuda-lo...”, logo explicou que “o acordo havido sido em três tempos...” Mas os padres Lorans, Nély, Pfluger, nessa época e a várias pessoas, confiaram com alegria que no dia 13 de junho Mons. Fellay foi a Roma para fazer acordo. Mons. De Galarreta, ainda que com tristeza e apreensão, em 15 de junho disse a um confrade que esperava o anúncio do acordo pela rádio no dia 13 de junho, pela noite, já que “Ele (Mons. Fellay) havia ido a Roma para fazer o acordo”.

Os fiéis tem todo o direito de saber que os superiores do Distrito da Bélgica e da Suíça, os padres Wailliez e Wuilloud, antes de 13 de junho de 2012, fizeram uma viagem à Espanha expressamente para convencer ao Superior deste Distrito, durante dois dias, sobre a bem fundada política da adesão a Roma de Mons. Fellay. E, ao mesmo tempo, o Secretário Geral chamou por telefone ao Superior da Inglaterra para criticar suas declarações durante uma conversa privada, mas que foram transmitidas a Menzingen [Suíça]. O Pe. Thouvenot não esqueceu, durante esta conversa telefônica, de evocar a este superior a possibilidade de sua exclusão do Capítulo.

Os fiéis tem todo o direito de saber que para o Pe. Pfluger “não é somente o estado da Igreja pós-conciliar que é imperfeito, o nosso também é” (outubro de 2012). E que em novembro de 2012, Mons. Fellay confiou a um confrade que:

1) Queria um reconhecimento canônico;
2) Estava perfeitamente de acordo com Pe. Pfluger

Os fiéis tem todo o direito de saber que Pe. Schmidberger, que trabalhou mais de um mês em Roma, no protocolo de acordo, pensa o mesmo:

As discussões nos revelaram certa debilidade em nossa condição. Nós devemos ter a humildade de admitir. Nós experimentamos igualmente um processo de clarificação no interior. Nós não estamos de acordo com aqueles que rechaçam toda discussão com Roma”.

O Superior do Distrito da Alemanha parece já não estar de acordo com Mons. Lefebvre quando pôs fim às relações com Roma nestes termos:

Se não aceitam a doutrina de seus predecessores, é inútil falar. Enquanto não tenham aceitado reformar o Concílio considerando a doutrina de estes papas que os precederam, não há diálogo possível. É inútil”. (Fideliter, set-out. 1988)

Sem embargo, é verdade que a Fraternidade em sua maioria não busca a adesão a Roma, mas a comissão Ecclesia Dei que recebeu a visita do Pe. Nély no final de dezembro de 2012, bem disse: é necessária “a paciência, a serenidade, a perseverança e a confiança”. A “reconciliação” não é mais que questão “de tempo”. Seria bom que nossos superiores os dissessem que não é uma questão de tempo, mas de princípios. Mas exigir isto hoje em dia é considerado zelo amargo.

Os fiéis tem todo o direito de saber que para impedi-los de julgar, não temem nem o ridículo nem o sofisma. Um prior na França tentou convencer a seus fiéis de que eles não poderiam fazer um juízo como ato de inteligência que constata a verdade de uma coisa (a linguagem dúbia de Mons. Fellay) apoiando-se em um tratado de Santo Tomás falando do juízo, mas como um ato do juiz que dispensa a justiça. Recordou aos fiéis que “Nosso Senhor foi compassivo, paciente, condescendente” com seus apóstolos tão imperfeitos, que Ele os “repreendeu de uma maneira amável, paciente e doce, mas firme ao mesmo tempo”. Mas isto é confundir e despreciar  o “sim, sim, não, não” de Nosso Senhor.

Os fiéis tem todo o direito de saber que quando um prior perguntou se a negociação da ordenação dos dominicanos e capuchinhos estava relacionada com nossas relações romanas, Mons. Fellay o respondeu:

É uma falta de confiança pessoal que experimentei no que diz respeito a estas comunidades... e é uma coisa tão grave ordenar um sacerdote, que preferi esperar...” (9 de novembro de 2012, Paris)

Para medir a grotesca e soberba desumanidade desta resposta, os fiéis tem de saber que os diáconos capuchinhos estavam em retiro com os diáconos da Fraternidade quando foram notificados da negativa de suas ordenações. Eles agora podem comparar esta reação de Mons. Fellay em relação às comunidades amigas e a reação de Mons. Lefebvre submetido à pressão romana:

Vocês sabem que o núncio veio pedir que eu não faça as ordenações, então, claro que lhe respondi: não é a dez dias das ordenações que se pode fazer uma coisa dessas, não é possível. Eu diria, inclusive falando humanamente. Estes jovens sacerdotes trabalharam durante cinco anos para se prepararem para a ordenação, e a dez dias dela, quando seus pais estão prontos para vir, quando as primeiras missas foram anunciadas por todas as partes, é nesse momento que me pedem para não fazer as ordenações. Ordenações que são legítimas. Estes seminaristas, que fizeram seus estudos de maneira regular, tem um direito natural de obterem o resultado da preparação que fizeram”. (Cospec 32A)

Não se joga com as palavras. A situação atual da Igreja pede nosso testemunho valente e inequívoco para a causa católica. As manobras de uma diplomacia duvidosa, contrária tanto ao direito como à simplicidade do Evangelho, não podem senão prejudicar nossa grande causa”. (Franz Schmidberger, 13 de maio de 1985)

A direção ambígua de Mons. Fellay indubitavelmente debilitou a Fraternidade. Está longe o tempo quando a Fraternidade, de maneira reta e caritativa, dizia:

Assim que, quando se examinam as coisas próximas, nos percebemos que existe um grupelho de liberais, de modernistas que conhecem todos entre si e que tomaram o poder. Se lemos o livro do cardeal Ratzinger “Fé cristã ontem e hoje”, descobrimos uma noção da fé completamente acatólica. É, inclusive, simplesmente herética”. (Franz Schmidberger, Superior Geral da Fraternidade Sacerdotal São Pio X. Fideliter N° 69. Mai-jun 1989. Pág. 6-7)

Mas dizer isto hoje em dia será considerado zelo amargo.

Kyrie Eleison.

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