Enfrentamos um grande mal em alguns lugares de nosso Brasil hoje: uma ilusão naturalista de buscar soluções no combate católico com as armas puramente humanas, em sobreposição à confiança na graça de Deus e seus frutos abundantes.
Vejo e vi almas e, em alguns casos, grupos reunirem-se com afinco para debates, conversações e reuniões onde se discutem assuntos muitas vezes excelentes, outras vezes bons, e em algumas vezes desnecessários, mas de modo geral, todos presos à uma possibilidade de combate natural e racional da complexa rede de desastres que se nos apresenta hoje no mundo, no Brasil, em nossas cidades... Algumas vezes vi nessas almas e grupos, tentarem unir a oração a esse combate intelectual. De forma tímida, é verdade, mas vi. Algumas conferências ou conversas depois, se rezava um terço. Rosário? Difícil.
Eis aí o que chamo de grande mal: essas almas e grupos deviam priorizar a graça de Deus em suas atividades, e não o priorizam. Gastam forças, energias, dinheiro e tempo em atividades que por si só não darão frutos sem a graça de Deus. Deve-se estudar? Sim. Deve-se discutir? Sim! Mas, primeiro de tudo, deve-se rezar. E rezar muito!
É tão triste ver homens de valor, de grande capacidade intelectual, de grande avanço no curso da literatura católica, mas que não dão os frutos que poderiam dar, porque não estão corretamente adubados com a oração! Rezam, mas pouco. Deviam estudar menos, e rezar mais. Esses mesmos homens, se se preocupassem prioritariamente com o Rosário quotidiano, com uma Hora Santa às quinta-feiras, com Meditação aos domingos, com Via-Sacra às sexta-feiras, e sim, depois disso, com a luta intelectual com seus debates e conferências, esses mesmos homens dariam muito mais frutos para nosso Brasil católico!
Se se formassem Apostolados da Oração, Congregações Marianas, Legiões de Maria, ao invés de formar-se associações civis, grupos de estudo, reuniões de combate político... Nosso Senhor com certeza ficaria muito mais feliz e cumularia de graças o trabalho de seus combatentes de forma muito mais abundante!
Muitos padres e santos escreveram acerca dos últimos tempos, e todos eles foram unânimes em dar os remédios: a oração! Uns com a devoção ao Imaculado Coração de Maria, outros com a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, mas todos com a devoção. Como seria bom se nosso Brasil tivesse grupos de homens devotos e piedosos, e não apenas intelectuais! O Brasil, nossas cidades e famílias, precisam de homens que agarrem o Rosário como se fosse a última corda na queda do precipício; de homens que segurem seu manual de orações como um esfomeado segura seu único prato de comida do dia; de homens que caiam de joelhos ao mesmo número de vezes que desbloqueiam seu celular; de homens que se reúnam para fazer uma Hora Santa em reparação às ofensas aos Sagrados Corações pelo menos no mesmo número de vezes que se reúnem para ter conversas boas, mas simplesmente naturais. Só assim, apenas assim, teremos um pouco da cristandade de volta. De outra forma, estaremos gastando tempo à toa, ou pelo menos, gastando tempo precioso de forma inefeciente.
Camilo L.
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